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Como Escolher Bicos de Pulverização

Os bicos de pulverização, conhecidos também como pontas de pulverização, são extremamente importantes para um tratamento fitossanitário eficaz.

Muito produtores infelizmente não se atentam para tal importância e frequentemente utilizam de apenas um modelo de bico para várias situações.

Os bicos de pulverização são responsáveis por produzir as gotas que distribuem o produto sobre o alvo da forma mais uniforme possível.

1. Para escolher corretamente a ponta de pulverização a ser utilizada, deve-se considerar inicialmente qual o alvo que pretendo tratar (inseto, fungo, ácaro ou planta daninha, por exemplo) para que se possa determinar qual o objetivo.

Muito fungicidas, por exemplo, exigem uma boa cobertura sobre o alvo para que se possa distribuir adequadamente o produto sobre toda a superfície do fungo. Nesse caso, a seleção de pontas de pulverização que produzam gotas menores é recomendado visando uma melhor cobertura.

De modo contrário, muito herbicidas são considerados sistémicos, isso é, são absorvidos pela planta e dessa forma completam seu modo de ação até controlar a planta daninha invasora. Nesse caso, a seleção de pontas de pulverização que produzam gotas maiores é recomendado já que mesmo que poucas gotas maiores cheguem no alvo, o produto sistémico deverá ter sua ação na planta.


2. Uma vez considerado qual o alvo de aplicação e os produtos a serem aplicados nesse alvo, deve-se considerar as condições meteorológicas envolvidas na pulverização e os riscos de perdas durante a pulverização.

De modo geral, pontas de pulverização que produzem gotas menores tendem a ter um maior risco de deriva e perdas por evaporação enquanto gotas maiores tem menor chance de sofrerem deriva e evaporarem. Veja as opções de pontas de excelente qualidade no nosso Site.


Adaptado de Virginia Cooperative Extension Blog (2013)

  • Pontas do tipo leque simples, geralmente pontas curtas e pequenas, tendem a produzir gotas menores e são excelentes para produzir ótima cobertura com pouco volume de aplicação mas apresentam um maior risco de deriva.
    São boas para aplicações de fungicidas, inseticidas e herbicidas de contato.


  • Pontas de jato cônico vazio ou cheio, assim como as de jato leque simples, também são ótimas para boa cobertura com menores volumes de aplicação e também tem maior risco de deriva.
    São boas para aplicações de fungicidas, inseticidas e herbicidas de contato.


  • Pontas de pulverização defletoras de jato leque produzem gotas um pouco maiores que as anteriores com boa cobertura e um risco um pouco menor de deriva.
    São boas para aplicações de fungicidas, inseticidas e herbicidas de contato e sistêmicos, com mais segurança de deriva que pontas de jato cônico e jato leque simples.


  • Pontas com indução de ar, podendo ser pontas de jato leque, defletora e até mesmo cônico, produzem gotas maiores e são indicadas para um melhor manejo da deriva.
    São ideais para produtos sistémicos como herbicidas pós e pré-emergentes.


  • Pontas de jato duplo ou triplo são ótimas opções para aumentar a cobertura e penetração em plantas e alvos com o objetivo de atingir a estrutura e arquitetura da planta e do alvo como um todo. Por exemplo, em uma aplicação de inseticida para lagartas, em que se verificou alta infestação do inseto no terço médio da planta, pontas com jatos dirigidos podem auxiliar a penetração do inseticida próximo à praga. Essas pontas podem ter diferentes angulações entre os jatos e produzirem diferentes tamanhos de gotas.


  • Pontas de jato plano contínuo são aquelas geralmente utilizadas para aplicações em faixa, que não requerem sobreposição com outras pontas. Por exemplo, em aplicações de herbicidas em pós-emergência via pingente, pode-se utilizar pontas de jato plano contínua para pulverizar apenas as entrelinhas de uma determinada cultura, evitando que o herbicida entre em contato com a cultura.


3. Após a seleção do tipo da ponta a ser utilizada, é necessário realizar o cálculo da vazão da ponta (L/min) para se determinar qual calibre da ponta será usado, dependendo das condições da operação como a velocidade de aplicação (Km/h), o volume de aplicação (L/ha) e o espaçamento entre pontas (cm). 


Continue acompanhando esse BLOG para saber no detalhe como calcular corretamente a vazão da sua ponta e muitas outras dicas sobre pulverização agrícola.


Autor:

PhD. Pedro Henrique Urach Ferreira - Especialista em Tecnologia de Aplicação Spraytech


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